segunda-feira, 7 de maio de 2018

O FILOSOFAR


TODOS OS HOMENS DESEJAM NATURALMENTE SABER

Aristóteles


Há uma inserção necessária quando pensamos em amar a sabedoria, ela implica em duvidar da verdade estabelecida com o entendimento de que ela vai apenas até determinado ponto, o ponto que não se tornou dúvida que não foi de alguma forma questionado. Embora alguns optem por conclusões decisivas, devemos entender que há sempre um algo a mais do ponto onde se imaginou conclusivo a um outro a ser construído. Então na sabedoria não há respostas definitivas, há soluções pontuais para aquele momento. As perguntas têm um sentido que permite abrir-se uma perspectiva, uma nova visão. A sabedoria está em não limitar a solução como algo ad aeternum. É como o horizonte, uma vez alcançado, outro se delineia. Aos estudantes de filosofia devemos lembrar cinco pontos decidem um caminho.

1.   Existem as filosofias, porque o pensar é múltiplo e de múltiplas formas, como um oceano de ondas tranquilas, revoltas, tempestuosas, que se balançam, batem, rebatem, se misturam, se separam, voltam a se unir, a se encontrar, se separar, como em um fluxo de ir e vir. Cada um com o seu jeito de navegar. A ciência e a arte encontram um jeito de fazer ao se definirem, mas o que as tornam possíveis de realização é que o feito pode ser partido em diferentes maneiras indicando presença e pluralidade.

2.   A filosofia se torna interessante não pelo status quo dos que a pensaram ou com ela se abraçaram para revelar seus oceanos e modos de navegar. Podemos citar talentos extraordinários como Sócrates, Platão, Aristóteles, Kant, entre outros. Eles despertam interesse porque nos colocaram em perspectiva de vislumbrar nossos horizontes pessoais e avançar além do que eles pensaram. Ampliamos a nossa racionalidade descortinando novas paisagens que nos permitem a superação da nossa própria ignorância colocando-nos numa dimensão humana mais elevada.

3.   Pensar outros caminhos diferentemente dos comumente trilhados é correr riscos de cometer enganos, mas adiantar-se no tempo, promover o esclarecimento de fazeres que se ocultam por trás de filosofias manipuladoras e assim ajudar a melhorar a compreensão da realidade em que vivemos.

4.   Em questões extremamente gerais, é preciso desconfiar das respostas demasiadamente taxativas. Perguntar e perguntar; duvidar e duvidar. A incerteza pode não ser o caminho, mas pode colocar-nos na busca e orientar melhor onde nossas dúvidas podem chegar até no fortalecimento de nossas convicções.

5.   Encontre uma verdade entre as poucas ou quase nenhuma que você conhece. Extraia dela o máximo de pontos que a confirmam ser uma verdade. Depois contemple-os. imagine onde cada ponto pode lhe levar. Anote-os e faça perguntas sobre eles e veja se já existe respostas para suas perguntas. A ciência se apodera dessa técnica para descobrir novas verdades.

Assim o filosofar é plantar a dúvida para colher a verdade mesmo parcial, dela extraindo nova semente para um novo plantio, uma nova colheita, um novo fruto com sabor melhorado.

REF.:

Aranha, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação - 3ª ed. rev. e ampl.- São Paulo: Moderna 2006.

SAVATER, Fernando(1947). Filósofo espanhol, As perguntas da vida. São Paulo, Martins Fontes, 2001.





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