quarta-feira, 2 de maio de 2018

O HOMEM NA VISÃO DE ALGUNS FILÓSOFOS




 Penso que o objetivo principal da filosofia é a reflexão do homem sobre si mesmo e de outros objetos que ele decide conhecer.

 A medida que o homem se percebe e começa a enxergar o seu mundo de relações, com quem se conecta e com quem está ligado por laços familiares, de amizades, de negócios ou socialmente, amplia a sua visão, adquire esclarecimento e direciona o seu fazer.

Aquele que não consegue se perceber atira-se para o mundo dos outros sem medir as consequências. Age quase sempre impulsivamente e os seus instintos prevalecem sem resquícios de racionalidade. A sabedoria deve ser consequência dessa percepção. Se o indivíduo enxerga a si mesmo, consegue ver o outro e organiza suas atitudes no relacionamento e passa a aprender sobre as diferentes circunstâncias que envolvem o seu viver.

Refletir não é um simples ato de pensar. Pensar é um meio para alcançar-se a reflexão.  Considerando essa breve introdução, vejamos algumas reflexões à respeito do homem como objeto de conhecimento, feitas por pessoas que se consagraram como filósofos .

A preocupação desses filósofos em buscar respostas para justificar a relação consigo mesmo e com o meio ambiente circundante e na relação com as outras pessoas, revelaram conceitos importantes que ainda hoje são utilizados em estudos nos meios acadêmicos.

Quando a dúvida acontece, a mente precisa ser esclarecida, portanto o que citamos abaixo é resultado dessa dúvida. Nenhuma resposta está completa por si mesma, pelo contrário, nos motiva a buscar mais esclarecimento, assim encontrar essa luz, sempre foi uma necessidade significativa.


Para Socrátes “o homem é a sua alma – psyché”. A alma se apresenta como uma substância específica imaterial, não composta e essencialmente distinta do corpo material. Aquilo que se serve do corpo. Para ele, “é a alma que ordena o homem ao conhecimento e o adverte a conhecer, sobretudo, a si mesmo”. Daí ele ter sido veemente quando reproduziu o que já havia conhecido em seus estudos nas escolas de mistério egípcias: “Homem, conhece a ti mesmo, para depois conheceres o universo e os deuses”.

Compreendemos o quanto a pergunta sobre o homem tinha um significado tão profundo. Sócrates respondia que o homem é a sua alma e a entende como razão e sede da atividade pensante e, por meio dela – alma –, o homem age eticamente na sociedade.



Platão ao considerar o homem, diz ser ele parte de dois mundos: sensível e supra-sensível. Não considerava o corpo como residência da alma, mas como cárcere da alma, para pagar as penas tributadas a ela, sendo a questão da vida e morte levada a diante com essa abordagem: O estar vivo quando se morre devido à libertação da alma e o estar morto vivendo todos os dias como em um túmulo. Na concepção Platônica, o homem é entendido como um filósofo, ou seja, como aquele que se posiciona diante dos problemas da existência como também diante de si mesmo através do processo da reflexão sobre a sua existência. Assim o homem concreto vai  se tornando filósofo.

Isto significa dizer que o homem, neste sentido, para ele, tudo (o mundo) se torna, objeto de reflexão. 

Assim, o homem apresenta o caminho que pode conduzir à filosofia.  Compreende que figura do filósofo não é anterior ao homem, mas sim posterior. Segundo Platão é no dialogar que o homem vai se reconhecendo.



Pitágoras encontra no homem poderes capazes de revelar uma vida de felicidade, ele ensina que para viver a felicidade e a iluminação do espírito é necessário purificar a alma de toda paixão humana. 

Podemos entender hoje, essa paixão como algo concreto que pode no processo de purificação nunca ser negada, mas usada como objeto de transformação para revelar a pureza que a alma enseja desde a sua origem.

A ideia está certa. Mas libertar a mente das ansiedades e preocupações em relação ao mundo externo é uma tarefa de longo prazo. Certamente a maioria visualiza essas dificuldades, abrevia-las é uma decisão pessoal considerando a relevância da libertação.



Segundo Aristóteles, o homem é um animal político na medida em que se realiza plenamente no âmbito da pólis.  Para ele a “cidade ou a sociedade política” é o “bem mais elevado” e por isso os homens se associam em células, da família ao pequeno burgo, e a reunião desses agrupamentos resulta na cidade e no Estado (“Política”, cap.I, Livro Primeiro).

O homem é tão capaz de “desejos” e “afecções” (vontade ou alma desiderativa) quanto está apto a adquirir inteligência (razão ou alma racional).

Complexo, o homem é o único com capacidade para agir orientado por uma moral, de modo que suas ações e juízos resultam ora em vício, ora em virtude.

“O todo deve, necessariamente, ser posto antes da parte”. Isso, obviamente, seria próprio de uma tendência gregária detectável em várias espécies. Mas, de acordo com Aristóteles, o diferencial do homem está no fato de ele não se unir aos demais apenas para a satisfação de seus desejos imediatos (reprodução, proteção, alimentação, etc.), saciados no seio da família ou da aldeia. Ele tende a ir além, dar vazão às suas potencialidades, e nesse ponto entra a importância da pólis para sua realização.

“No homem se encontram de certo modo todas as coisas.”

“Ora, no homem há quatro coisas a considerar:

A razão, por ela se equipara aos anjos;

as potências sensitivas, pelas quais se equipara aos animais;

as potências naturais, pelas quais se equipara às plantas;

o corpo, enfim, pelo qual se equipara às coisas inanimadas.

Para JOHN LOCKE, o ideólogo do liberalismo, e um dos líderes do empirismo inglês,  o mundo e o homem são frutos do trabalho divino e, por isso, devem ser vistos como sua propriedade. Da mesma forma, toda riqueza que o homem fosse capaz de obter por meio de seu esforço individual deveriam ser, naturalmente, de sua propriedade.

Interessado em refletir sobre o processo de obtenção do conhecimento e a importância da educação para o indivíduo, Locke foi claro defensor do poder transformador das instituições de ensino. De acordo com seus ensaios, o homem nascia sem dominar nenhuma forma de conhecimento e, somente com o passar dos anos, teria a capacidade de acumulá-lo. A partir dessa premissa acreditava que as mazelas eram socialmente produzidas e poderiam ser superadas pelo homem.

A concepção marxista do homem foi influenciada pela filosofia historicista de Hegel e pela antropologia materialista de Feuerbach. Este compreende o homem como ser sensível e aquele compreende a história da filosofia como manifestação do espírito absoluto que acontece na própria história e cuja consciência do mesmo se dá no homem.

Marx é materialista porque considera a matéria como única realidade que existe de fato. Os objetos supra-sensíveis tratados pela metafísica são inexistentes. Ele rompe como já havia feito seus antecessores com a concepção medieval do homem, ou seja, com a idéia da origem do homem de uma fonte transcendental. O fenômeno Deus inexiste na filosofia marxista, pois, ele é imaterial.

O homem é compreendido a partir das relações sociais. Estas ocorrem ao longo da história por influência das relações de produção. Marx estabelece o conceito de materialismo histórico a fim de compreender essas relações de produção.  Ele explica a historia das sociedades partindo das relações materiais que é marcada pelo antagonismo de classes.

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Kant acreditava que todos os homens possuem uma razão prática, que nos diz o que é certo e o que é errado no campo da moral.

Todas as pessoas acreditam que os acontecimentos do mundo como causados por alguma coisa e todos têm acesso à mesma lei moral universal. Esta lei tem a mesma e absoluta validade das leis do mundo físico. Ela é tão importante para a nossa vida moral quanto é fundamental para a nossa razão o fato de que tudo isso possui uma causa. Esta lei vale para todas as pessoas, em todas as sociedades, em todos os tempos. Ela diz como você deve se comportar em todas as situações.

Nietzsche, filósofo nascido em Rocken, na Prussia em 1844 e falecido em 1900.

Entre vários escritos, criou o termo super homem para designar um ser superior aos demais que, segundo Nietzsche era o modelo ideal para elevar a humanidade. Para ele, a meta do esforço humano não deveria ser a elevação de todos, mas o desenvolvimento de indivíduos mais dotados e mais fortes.

A meta, segundo Nietzsche, seria o super homem e não a humanidade, que para ele era mera abstração, não existindo em realidade, sendo apenas um imenso formigueiro de indivíduos.


Justiça dos fracos

A civilização, de acordo com o Nietzsche, foi criada pelos fortes, pelos inteligentes, pelos homens competentes, os líderes que se destacaram da massa. Moralistas como Sócrates e Jesus, porém, negaram essa realidade em nome dos fracos.

Propagando uma moral que protegia os fracos dos fortes, os mansos dos ousados, que valorizava a justiça em vez da força, eles inverteram os processos pelos quais o homem se elevou acima dos animais e exaltaram como virtudes características típicas de escravos: abnegação, auto-sacrifício, colocar a vida a serviço dos outros.

"Super-homem"

Considerando que tais valores não têm origem divina ou transcendente, Nietzsche afirma que somos livres para negá-los e escolher nossos próprios valores. Ao "tu deves" devemos responder com o "eu quero". É a vontade de poder que permite ao indivíduo que se autoelege desenvolver seu potencial máximo de modo a tornar-se um super-homem ou um ser além-do-homem - isto é, que se coloca acima da massa.

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